Jacob Arcadelt.
Grande parte da sua extensa produção foi publicada, e frequentemente reeditada, durante sua vida, divulgando seu nome na França e na Itália. Sua música sacra é semelhante à de Josquin, mas absorve técnicas novas da Chanson.
Figura exponencial nos primórdios do madrigal, primou pela clareza do texto e integrou técnicas inovadoras a uma estrutura tradicional.
Algumas peças, como "Il Bianco e Dolce Cigno", tiveram popularidade duradoura. Muitas de suas chansons são convencionais, mas seus textos mais sentimentais que picantes, as distinguem das chansons parisienses de Sermisy e outros.
O texto faz uma analogia entre o gentil cisne, que se faz a cantar no momento doloroso de sua morte, e o poeta que chora chegando ao fim de sua vida, e para ele, se a morte fosse assim, para se encher-se de alegria, desejaria morrer mil vezes por dia.
Esta elegante sugestão é acompanhada por um ambiente musical totalmente gracioso. A maior parte da peça é homofônica, o que destaca progressões de acordes, como a surpreendente harmonia na palavra "piangendo" ("choro"). A conclusão, no entanto, discutindo o desejo de mil mortes por dia, é imitativa em todas as vozes, como se evocasse a apaixonada repetição do desejo.
A letra de Il Bianco e dolce cigno é expressa nas seguintes palavras:
“O gentil cisne branco, cantando, morre;
e eu, chorando, chego ao fim da minha vida.
A diferença é estranha: ele morre desconsolado
e eu morro abençoado.
Essa morte, que não é para morrer,
mas para encher-me de toda a alegria e desejo:
se morrendo assim não sentirei tristeza,
ficarei feliz em morrer mil vezes por dia.”
Acompanhe essa comovente obra:
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