Uma das fontes mais ricas da atividade musical da Idade média, encontra-se num dos manuscritos das Cantigas de Santa Maria, produzido na corte por Afonso, o Sábio, Senhor de Castela no Século XIII.
Foi um dos últimos a cultivar a poesia trovadoresca e um dos primeiros a adaptá-la com propósitos religiosos: apelidava a si próprio de “trovador de santa Maria”.
Como o revelam as Cantigas a santa Maria, os Mouros introduziram na Península Ibérica, e através desta em toda a Europa, novos processos musicais. Na imagem, um dueto de menestréis, sendo um mouro e outro cristão.
A pauta de cinco linhas foi mais invenção espanhola do que árabe; os clérigos aproveitaram-na largamente para escreverem as melodias de igreja mais em destaque. Esta partitura pertenceu ao mestre-de-coro de uma escola italiana de canto, do século XV.
Ao tempo em que as catedrais góticas se iam levantando pela Europa Ocidental, a polifonia começava a suplantar o canto monódico.
O coro a vozes tornava-se regular no culto, e cenas como a que Giovannino di Grassi fixou na ilustração abaixo, já não constituíam fenômeno raro.
No tempo de Grassi não havia ainda a notação musical bem definida; os coristas decifravam a música em rolos de pergaminho com marcação especial.
Pelo fim do século XV, contudo, os hinários yinham já substituído em grande parte esses rolos, como o indica uma gravura de um tratado de música do tempo.
Ouça abaixo a cantiga de santa Maria nº 100 “Strela do dia” e transporte-se para a música da Idade Média!
Comments