Apesar de ter vivido apenas 34 anos, Bellini compôs onze óperas, das quais Norma, estreada em 1831, tornou-se a mais famosa.
Criada para causar “arrepios de horror”, segundo a estética Belliana, ela é um típico exemplar do “bel canto”, um tipo de ópera voltado à brilhatura vocal da protagonista, foi composta especialmente para Giuditta Pasta, uma das divas do canto lírico do século XIX.
Sua ação transcorre na gália, durante a ocupação romana, e se constitui, entre outras coisas, num veículo de exaltação do glorioso passado druida, conforme preconizava o exotismo romântico da época.
A ópera “Norma" se passa na Gália no século I a.C., nesta época, os romanos, senhores de quase toda a Europa, também dominavam os gauleses.
Os Druidas estão a espera da chegada de Norma, a Sacerdotisa, que lhes dará o sinal para se revoltarem contra os ocupantes.
Norma mantém uma ligação secreta com Polione, um romano, do qual teve dois filhos. Ela não sabe, mas ele ama agora outra mulher, Adalgisa, uma jovem sacerdotisa.
Os Druidas transmitem a Norma a decisão que tomaram: quando ela der o sinal, eles matarão os ocupantes, começando por Polione. Norma diz aceitar essa decisão. Mas, quando fica só, declara o seu amor pelo romano.
Nesse momento, estamos na casa de Norma. Ela mora num recanto escondido no bosque, juntamente com seus dois filhos e uma serva. Norma, ouve alguém se aproximar e esconde os seus filhos.
É Adalgisa, que vem lhe revelar um segredo.
Atropelando as palavras, Adalgisa revela então a paixão que a obriga a abandonar a sua pátria e o próprio deus da sua devoção, e pede a Norma para a libertar dos seus votos, confessando ter um amor ímpio por um Romano.
Norma cede ao pedido de Adalgisa, e pergunta que amor é esse.
Adalgisa não chega a pronunciar o nome de Pollione, já que este entra pela porta naquele exato momento e pelo olhar ardente que a jovem lhe lança, Norma compreende que se trata do mesmo homem que ela ambiciona e revela o seu terrível segredo dizendo que também ela fora seduzida por aquele homem e expulsa Polione, dizendo-lhe para partir sozinho para Roma.
O segundo ato começa quando a Sacerdotisa, num acesso de raiva, tenta, em vão, arranjar coragem para matar os próprios filhos. Pois ao vê-los ela sente um misto de raiva e ternura, pobres infelizes!
Que destino os aguardará aqui ou em roma, na condição de bastardos e enjeitados? É preciso que os filhos paguem pelo crime paterno! Que dor maior poderia sofrer o vil traidor? Quando o punhal já despenca para a morte, norma da um grito atirando-o para longe e abraçada aos filhos ela entrega-se ao pranto cheio de remorso.
Norma Acaba por pedir auxílio a Adalgisa, dizendo-lhe para partir com Polione, levando com ela as crianças nascidas da sua ligação com o oficial romano. Adalgisa aceita. Entretanto os Druidas reúnem-se e decidem agilizar seus planos, antes que Polione parta.
Do campo romano, chegam notícias informando que Polione está prestes a partir, levando Adalgisa mas deixando os filhos de Norma. A Sacerdotisa revolta-se e diz aos Druidas ter chegado a hora de agir. Polione é preso, mas, quando o Chefe dos Druidas se prepara para mata-lo, Norma intervém dizendo que ela mesma o fará. Quando fica a sós com Polione, Norma afirma que pretende libertá-lo, desde que parta sem Adalgisa. Polione recusa. Norma regressa ao Templo, confessa a sua traição e a sua culpa, e decide que ela deve ser sacrificada.
A ópera termina com a morte de Norma e de Polione, que resolve acompanhá-la no sacrifício.
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